BELVEDERE BRUNO E JOÃO EM PORTUGAL

Em maio de 2013

NÃO

Laura B. Martins

Tanto pedi a Deus,
um amor carinhoso...
sem afrontar os meus
critérios de amor, gozo...

Em vão pedi, roguei,
comparei os humanos;
mas tudo quanto achei
só trouxe desenganos.

Farta da melodia
que aos meus ouvidos zune,
recuso a cantoria.

O sexo não nos une!
Não é por seres machão
que te amo mais. Não!

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7/06/2013
Laura B. Martins
Soc. Port. Autores nº 20958

http://almasdemulheres.blogs.sapo.pt

EDNA FEITOSA

   Minhas saudades

     Edna Feitosa


Hoje eu queria falar
das minhas saudades
Sou vaidosa delas...
Não tenho saudades amargas
Somente algumas tristes,
Mas abrandadas no passar do tempo...
Minhas tristezas são amigas
Como silêncios de despedida,
Passageiras como mágoas de criança.

Minhas mais gratas saudades
Moram em músicas antigas
Chegam com cheiro de infância,
Colo do meu pai,
Manga chupada no pé,
Terra molhada,
Pão caseiro da minha mãe...

Mas os sons da meninice
Ecoam bem mais fundo
E cada cantiga me traz
Uma vez querida de coisas que eram,
Pessoas que foram
E tudo que estava naquilo que fui!

SUZETTE RIZZO

                 Alento

               Suzette Rizzo

Pousas como borboleta
em meus pensamentos.
De manso,
tocando sentimentos.
E eu, acompanhando
teus dias em meus sonhos,
na eternidade desta paixão
da alma
que por ti se fez
doente,
inconseqüente,
tua amante sempre!
Pousas em meu coração
para beber do meu amor,
caminhando por minhas vias
respiratórias
para sentir a brisa
que refresca o teu furor
por quem te enganou.
E deixo que sugues de mim
até a ultima gota de sentimento
Sei o que nutre a tua vida
Não faz mal!
Pousarás como borboleta
em minha dor
e serás para sempre, em mim,
o alento.

Todos os Direitos Reservados

GILIA GERLING

PROCURA-SE

                Gilia GerlinG

Procuro uma janela sem grades
mas que, mesmo assim,
me proteja das quedas
e dos invasivos patológicos.


Procuro um tempo tranqüilo,
mas que não me imponha
a inércia do buscar.


Procuro buscar,
mas não quero me esvair em pranto
por não achar o que já sei
não existe mais.


Procuro um desenho que não me imponha forma,
mas que não me deixe desprovida
de paredes seguras
e nem da linha do horizonte.

(Todos os deireitos reservados0

JANE BOTTI

  Ofereço a ti...

                 Jane Botti

Ofereço a ti,
os encontros não havidos
os desencontros preteridos
os beijos apaixonados
a pele a ser tocada
as evidências de todos os desejos
e a cumplicidade do prazer

Ofereço a ti,
a luz de todos os meus dias
os sonhos, as alegrias
os abraços apertados
os arrepios e afagos
e a intensidade de cada momento

Ofereço a ti
os impulsos, a irreverência ,
a fragilidade da minha alma
e todo o meu querer
saciando assim a tua fome de mim
e a minha sede de ti

(Todos os Direitos Reservados)

VERA MUSSI

 Amei-te tanto...

 Vera Mussi

Fiz um pacto contigo amor!
Amei-te tanto,
pensando durar para sempre.
Conservo, até hoje,
a aliança do mais puro ouro,
que me entregaste
no dia do nosso juramento.

Guardo essa jóia
como único tesouro,
- Lembrança imortal do passado!

Naquele momento,
nosso coração apaixonado,
acreditava no futuro feliz.
Assumimos o compromisso
perante o altar
de nossos sentimentos!

Aos poucos,
morreram todos os desejos
no pensamento...
A felicidade foi uma promessa
sem qualquer documento!

Entreguei-te
todas as emoções,
emprestadas do infinito céu...
O mandamento secreto
desse amor encantado
será nosso silêncio
eternizado!

Resta, contudo,
um sentimento fraterno e puro
inspirando-me um amor sem limite...
Para sempre te amarei com toda ternura ...
Amei-te com estranha loucura!

(Escrito em 2005)

LENINE DE CARVALHO

   O abraço

Lenine de Carvalho

Perco-me nas negras profundezas
De teus olhos
Tento reconhecer,
De onde
E de quando,
Nos abraçamos
Antes...
Olhos líquidos
A refletirem luas antigas.
Ah,que imensa
Trajetória
Meu espírito percorreu
Até sentir novamente
Teus seios jovens
Contra meu peito ferido...
Perco-me em teus olhos
E a voz fica presa
Na garganta,
Apenas este sentimento
Coração do universo
Te envolve silenciosamente
Na curva de meus braços....

SYLVIA COHIN

  Soneto da Memória

   Sylvia Cohin

De tudo que se vive fica a marca
Vagando na deriva das memórias.
Um mar que em seu galeio embala a barca
Do pensamento que rabisca histórias...

Das lágrimas, o rasgo fundo n'água,
Dos risos, muitos traços sinuosos
Que o mar, alheio, vai juntando à frágua
E as ondas sela em lábios silenciosos...

Do gozo, a leve espuma azul-cinzento
Entre marolas que a barca alvoroça.
E os rabiscos, perdidos no momento,
Que com avidez, o mar deles se apossa.

Mas a Memória vive no horizonte
Projeta a velha história... e faz-se ponte.

(Porto-Pt, 08 de Agosto de 2008)

REGINA MAS

A CARTA

 Regina Mas

Essa carta que lhe escrevo,
e não sei se vou mandar,
saiu meio de repente,
pois nem tinha o que falar!
Aqui, bem na minha frente,
havia um papel em branco,
comecei a rabiscar...

Logo às primeiras linhas,
de certo, você vai ver
que é uma carta sem nexo,
sem sentido ou porquê...
Não fala de amor ou ódio,
de ciúmes ou de sexo,
você não vai entender!

O lápis foi comandando
só ato de escrever,
mas meu coração pairava
já em outro amanhecer
e enquanto o lápis ditava
e eu não podia deter,
percebi que chorava
sem saber bem o porquê.

De fato a carta é um vazio
de frases e sentimento,
ela só retrata o frio
de um relacionamento
que esteve por um fio
a se tornar tormento!

A carta foi, afinal,
e você a lê agora!
Então, meu caro, que tal?
Pode rasgar e pôr fora
não me fará nenhum mal...

Eu escolhi bem a hora
e parti sem ritual!

(08 de março de 2006)