quinta-feira, 6 de junho de 2013

SYLVIA COHIN

  Soneto da Memória

   Sylvia Cohin

De tudo que se vive fica a marca
Vagando na deriva das memórias.
Um mar que em seu galeio embala a barca
Do pensamento que rabisca histórias...

Das lágrimas, o rasgo fundo n'água,
Dos risos, muitos traços sinuosos
Que o mar, alheio, vai juntando à frágua
E as ondas sela em lábios silenciosos...

Do gozo, a leve espuma azul-cinzento
Entre marolas que a barca alvoroça.
E os rabiscos, perdidos no momento,
Que com avidez, o mar deles se apossa.

Mas a Memória vive no horizonte
Projeta a velha história... e faz-se ponte.

(Porto-Pt, 08 de Agosto de 2008)

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