Primeiro se acende a forja. Depois ela recebe o metal feioso e sem graça, até que se torne maleável e receba um banho frio.
Então, antes e depois de mil detalhes que não captei muito bem, o aço é recortado e se transforma na linda faca que o Lenine fez pra
mim. Faltava fazer a bainha e polir o cabo.
Pronto. Está aí o meu belíssimo presente de aniversário, com o carinho que só um amigo pode dedicar. Mas não bastou. Enquanto
em voltava para Campinas, Lenine fez também um poema,
muito apropriado para os desiludidos como nós, que não mais passarão pela forja da paixão:
muito apropriado para os desiludidos como nós, que não mais passarão pela forja da paixão:
A FACA DA
ANA
(Para
minha querida amiga Ana
Suzuki)
Lenine de
Carvalho
No principio Ana, havia apenas o
ferro
Depois, o homem aprendeu a
aquecê-lo
A altíssimas
temperaturas
Numa primitiva forja a
carvão,
Transformando-o, até livrá-lo de suas
impurezas
Então, nasceu o aço....
Mas, o
aço precisava de uma
linguagem
Que o
representasse,
Nasceu então, a primeira
faca...
No início Ana, apareceu apenas
Um
sentimento difuso e
confuso,
Algo incompreensível e sem
nome,
Mas que transformava os
homens,
Livrando-os de suas impurezas e
defeitos
Então nasceu o
Amor...
Mas, o amor necessitava de uma
linguagem
Que o
representasse,
Nasceu então a
Poesia,
Uma das linguagens do
amor....
O calor da forja, faz o
aço
Se
retorcer internamente,
intimamente,
Em invisível e silenciosa
dor....
Na vida, existem forjas também, Ana....
De tempos em tempos, somos submetidos
A essas
forjas, onde nossas almas
gritam
E
se retorcem, vertendo lágrimas,
Silenciosas ou não, de onde devemos
sair,
Mais duros, mais inatingíveis por
golpes,
Após essas dolorosas
transformações....
Mas, existem pessoas que trazem em
si
Um aço
especial, como eu e você
Ana,
Que
após termos sido forjados tantas
E tantas
vezes, ao invés de nos
endurecermos,
Nos tornamos frágeis, vulneráveis e
quebradiços
E queremos somente, voltarmos a
ser
Apenas ferro comum e
simples
E
nos ocultarmos outra
vez,
No
mais profundo seio da
terra,
Onde ninguém mais nos
encontre.....
Lenine....15/ 11 / 2013...17.54 hs
2 comentários:
Que maravilha de presente, pura arte!
Abraços,
Gilia
Será que eu já lhe disse, Lenine, mais de uma vez, obrigada? Na ausência forçada que a vida impôs a meu irmão, por causa de netos e
obrigações familiares, você tornou-se o meu irmão. Há tantos anos estamos juntos, enfrentando nossas angústias, curtindo nossas alegrias. Uma amizade como a nossa não tem preço.
Postar um comentário