segunda-feira, 29 de julho de 2013

DESPEDIDA DO PAPA FRANCISCO




O GRANDE ENCONTRO DOS CATÓLICOS 
E O ECUMENISMO POSSÍVEL

Aldo Cordeiro

Ecumenismo, o encontro de um tema, uma busca comum, um movimento de abertura para o outro, respeitando as especificidades de cada religião. Nem preciso sair de casa ou ler grandes artigos pra sentir este efeito com a vida do Papa ao Rio.  Diz a moça que faz faxina na casa da minha filha que acha muito bonito ver milhares de jovens andando pelas ruas num movimento de fé. Ela é evangélica (não católica). 

Uma amiga espírita comenta: "parabéns católicos, vocês estão dando um belo exemplo de fé". Outro querido amigo, de
orientação com base no Judaísmo, fala das possibilidades de encontros, de descobertas, compartilhamentos, aproximação.
Uma liderança de um culto afro foi ao encontro do Papa no Municipal.
Líderes judeus, mulçumanos e católicos se reuniram na PUC do Rio, antes da chegada do Papa, para um debate fraterno sobre sua visita.
Também li textos acolhedores de pessoas de orientação budista e outras tradições orientais.
Mesmo sendo chefe de uma Igreja institucionalizada, que virou Estado, com suas limitações e posições algumas um tanto retrógradas, o que ressalta esta visita é a possibilidade de abertura, de balançar estruturas, de encarar o desafio que a chegada ao mundo adulto de milhões de jovens, de nacionalidades e religiões diversas, em um tempo de dificuldades extremadas.
Ninguém poderia ser mais representativo desse movimento para fora, desse abraço mais universal do que a figura de Francisco de Assis, um ser acima de qualquer separação, um exemplo do amor possível entre os humanos e destes com a natureza.
A praia de Copacabana lotada de esperança e fé vai ficar na história como um símbolo  dos novos tempos, representados por uma juventude alegre, que canta nas ruas, no frio, nas filas, nas madrugadas (deixo um pouco de lado as tantas críticas que a administração da cidade merece pela sua parte de incompetência na organização do evento, em parte amenizadas pela capacidade
de superação dos próprios peregrinos).
Os que temos esperanças, independente de nossas convicções sobre a espiritualidade, ficamos alegres com este abraço que a cidade e o mundo receberam.
Que todos voltem em paz para seus lugares de origem.  Mais iluminados, mais solidários.
Namastê.
Rio, 27.07.2013.