"Amor de Gente Velha". O poema eu perdi naquele incidente do HD externo, mas não as relações que estabeleço com ele.
Minha avó Ana ficou viúva duas vezes. Aos 72 anos, arranjou
um pretendente e ia casar-se de novo, quando caiu mortinha,
enquanto penteava os cabelos. Morreu noiva e apaixonada.
Meu pai achava bonito morrer ao 70, mas casou-se pela segunda vez aos 72, apaixonadíssimo. Aos 75, passeando com a esposa e amigos na praia, numa excursão a Bertioga, caiu morto. Nada a estranhar porque na família dele a morte não manda aviso. Só mandou pra mim, há dez anos, de modo que sou a única que sobreviveu a um enfarte (ou é infarto?).
Agora, no próximo dia 19, vai casar-se o pai do meu genro, aos 75.
Vai ser na igreja e Bia vai ser dama de honra, ao lado de seu primo cavalheiro.
Quem disse que o coração sabe ler certidão de nascimento? Se
sabe, não está nem aí.
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Em tempo: Lenine enviou- me o poema que eu havia perdido:
Eunice Arruda
Vou ensaiar um
jeito de
te amar
Sentirás
este céu mais lindo
a vida menos pesada
embora o lirismo esteja
ultrapassado
Mas que importa somos poetas
Só sabemos
inventar
Eu te prometo amor
que vou
fabricar no coração
Será quase igual àquele
que perdi um dia
e tu perdeste em outro
mas que importa somos poetas
Somos velhos
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3 comentários:
Belas fotos lindas historias e eu passeando por essas letras e fotos sem me cansar...
Parabéns Ana.
Assim como Benito diz na sua canção "Não deixe o samba morrer..."
Não deixe o blog encerrar..
O coração não sabe ver idade, posso afirmar isso de cátedra. Viúva, aos 62 anos me apaixonei-me por João que tinha na época 73.
Que beleza! Amor não tem idade mesmo. Fiquei eufórica para ver a Bia no casamento. Ora só!!!!!!!!!!!!!!!
Bjs
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